NOVEMBRO
OU NOVO ALENTO?!
Novembro
corre solto...
Mês
de véspera, sabor de expectativa...
O
fim do ano é profundamente carismático. Consegue, no simples acontecer, tocar
fundo o ânimo das pessoas. Se não pelas festas natalinas, que para muitos são
extremamente tristes, depressivas, reminiscentes, então pela “dobra” do
salário, afinal o décimo terceiro está a caminho! Contudo, o que mais importa
neste fascínio enigmático que envolve o fim do ano é a promessa, o empenho, é o
propósito do recomeçar.
Impressionante
como se desencadeia, dentro de cada ser, a esperança do novo, da nova chance,
da retomada! As ideias, insistentemente, vão-se sobrepondo, os planos se
avolumam, a vida ganha um novo significado.
Nos
miolos, fica uma dança do novo emprego, da nova casa, da nova escola, do novo carro...
Fundamental e imprescindível é o NOVO, o sonho, o desejado, o desconhecido. Curioso
o espírito humano! Aí a lucidez fica como que enevoada. Não chega a ser a perda
da razão, ela só se torna um pouco diminuída, tamanha a força do projeto. Isso
mesmo! É um projeto, uma intenção de experimentar o novo. E, com licença, que
sensação prazerosa! Dar as costas para o maçante, para o enfadonho, e
vislumbrar adiante a perspectiva, a simples esperança do acerto, do “tirar o pé
do lodo”. Caramba! Não há nada mais revigorante...
Pensar
que pode não dar certo?! Pra quê? Quem desperta ou quer despertar completamente
a razão num momento como este? O importante é não pensar. Isso já foi feito o
ano todo. Não é hora de pensar. É hora de planejar, arquitetar, elaborar... É
diferente! É hora de sonhar, é isso.
Um
novo ano para o espírito é feito um novo guarda-roupa para o corpo. De repente,
é como se cada um tirasse tudo das gavetas, velhas roupas surradas,
desestimulantes, puídas, e as trocasse por tudo novo, vibrante, tudo feito sob
medida, cheirando à loja. Dá um novo alento. No mínimo, é incitante!
E
o fim do ano chega...
Dezembro
é feito pássaro!
Ano
novo...
Os
dias simplesmente acontecem. Sucessivos, inevitavelmente, e lânguidos,
inexplicavelmente.
Aos
poucos a expectativa, antes afoita, vai-se amainando, os projetos
concretizando-se, ou não... O tornar real é diferente, racional demais! Talvez
por isso quebre o encanto. Existe uma serenidade de ânimo tal, que chega a ser
conflitante com a avidez de antes.
Os
meses passam. Maçantes, enfadonhos, arrastados...
Ainda
bem que novembro não tarda a chegar!
Regina Ruth Rincon Caires
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