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domingo, 22 de dezembro de 2019

ETERNO PESAR







ETERNO PESAR

No silêncio da madrugada, da outra casa, parede-meia, eu conseguia ouvir desaforos sussurrados, choro abafado, gemidos de dor. E isso acontecia recorrentemente. No claro do dia, eu via um casal normal, afora o olhar esquivo da mulher. Reticente, evitei a aproximação. Era o comportamento costumeiro, não cabia a invasão de privacidade. O relacionamento, unidade blindada, pertencia apenas aos envolvidos. E, da crueldade velada, da violência reiterada, nunca ouvi pedido de socorro. Apenas o estampido.  


 Regina Euth Rincon Caires

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